Meditação - O curso I

O primeiro dia foi revelador, intenso e até doloroso, mas o resultado final é mais do que positivo.

Primeiro estivémos sentados durante mais de 1h a ouvir a introdução teórica e como a almofada era duríssima, para quem não está habituado, fica-se com umas dores terríveis nas pernas e rabo! O instrutor bem que avisou e aconselhou começarmos pela cadeira, mas toda a gente se fez de forte e quando chegámos finalmente à parte práctica, já não conseguia cruzar as pernas nem sabia se me havia de sentar directamente no colchão ou na almofada. Passei o tempo todo a esticar as pernas! Chegou a ser cómico, mas também é assim que se desbrava caminho :)

A introdução teórica dada pelo próprio presidente da União Budista é qualquer coisa de MUITO interessante, especialmente para quem dá os primeiros passos nesta ideologia. Ele é também professor universitário de Filosofia e tem uma experiência imensa no que respeita a traduções/interpretações de livros escritos pelo Dalai Lama, entre muitos outros mestres budistas.

Depois de já ter lido bastante sobre o assunto, voltei a ouvir falar de temas que me inquietam bastante, como a auto-responsabilização no que respeita às escolhas que fazemos quando há sofrimento e dor na nossa vida, que reacção escolhemos ter perante as adversidades. O conceito de apego vs amor puro, algo que sempre me fez reflectir bastante, porque muitas vezes misturam-se ambos os sentimentos e todos sabemos que o apego e possessão é um reflexo perfeito do nosso egocentrismo e egoísmo, algo que obviamente se deve evitar. A universalidade do amor vs a discriminação perante os outros - ou seja, amarmos incondicionalmente e queremos o bem apenas aqueles que estão no nosso círculo próximo (família, amigos, namorado/a, marido ou esposa) e ignoramos todas as outras pessoas e seres, quando todos nós temos o mesmo potencial de amar e sermos amados, todos nós queremos o mesmo bem nas nossas vidas.

Só isto chega para reflectir durante muito tempo e sei que só me faz bem relembrar de conceitos tão importantes como estes. Acho que a vida deve ser vista de outra forma e que se deve explorar sempre, o bem-estar e não o contrário. Acima de tudo é fundamental assumir a responsabilidade sobre a forma como levamos as nossas vidas e tentar parar de culpar o sistema, o país e a falta de dinheiro,  ou o chefe que é mau ou o amigo e a amiga que foram mesquinhos. Para quê prolongar a dor, quando não podemos evitar senti-la quando surgem os acidentes e problemas normais da vida? Continuar a explorar o sofrimento ou reagir de forma positiva perante isso, é 100% da nossa responsabilidade e eu acredito plenamente nisso.

Acho que tudo isto se aplica à RA, compulsões e fases mais negras na nossa alimentação. Chega de culpar as emoções e a TPM. Quem entornou o leite fomos nós e quem o vai limpar também somos nós, porque não fazê-lo de cabeça erguida e com serenidade?

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Quanto à práctica em casa, hoje já me espera mais uma sessão antes de ir dormir, porque amanhã será a segunda aula. Quanto à alimentação, hoje está a correr-me optimamente e quero que assim continue. Espero ainda fazer uma horinha de exercício com direito a sopinha e mini prato ao jantar :)

Hoje foi assim:

PA: mini taça de cereais integrais com leite magro - infelizmente não comi tudo, porque o leite estava estranho, por isso comi 1 fatia de pão com becel
A: mini prato de arroz primaveril (com milho, ervilhas, feijão verde, pimento e atum) + meia laranja
L: 4 bolachas integrais
J: será uma mini sopa + o mesmo do almoço + peça de fruta

Beijinhos!!